Saturday, February 17, 2007

"O melhor amigo do homem - parte II"

"Pode ser o desgosto a matá-los. Porque a dedicação e fidelidade, que elogiamos nos cães, não são compatíveis com o trauma da traição. Há os que que nem se mexem, passam os dias enrolados sobre si próprios, apáticos, deprimidos. Outros rejeitam assustados o toque da mão humana. No auge do stress, chegam a automutilar-se e a perder pêlo até ficarem carecas, descontrolos tão comuns nos felinos.



Mudanças de casa, divórcios, alegadas questões de saúde, muitas são as razões para se prescindir dos amigos de quatro patas. Rapidamente passam a meras recordações, não mais que um entre tantos outros brinquedos que se ganhou no natal, cada vez mais minúsculos nos espelhos retrovisores, incapazes de acompanhar a velocidade dos automoveis dos donos de onde acabaram de ser despejados.
Também são deixados, na calada da noite, presos à porta de associações e veterinários. Ou entregues como se acabassem de ser encontrados... Resta a esperança de um novo dono."



in "Expresso 13/08/2005"

1 comment:

AR said...

gosto da tua selecção jornalística! é uma realidade para a qual devemos despertar. é nestes momentos q me sinto feliz em ter adoptado um cão abandonado, da rua, um companheiro e amigo q me dá alegrias e carinhO!
;)*