Trocou o passeio pelo areal e como de costume tirou os chinelos. Descalço, sentiu a areia envolver-lhe os pés num abraço quente e rugoso, um abraço velho conhecido de muitas manhãs, muitas tardes, muitas noites passadas naquela praia da sua infância.
Desceu o imenso areal, sentindo um mundo de pensamentos afluirem-lhe à mente a um ritmo crescente e imparável. A lucídez e a clareza desses pensamentos, de tão intensos, por vezes tornavam-se assustadores.
A frescura do mar vai-lhe chegando através da areia molhada e o efeito é o de um acordar para a beleza que o rodeia, para os melhores momentos da vida que ali viveu, as primeiras paixões, as inesquecíveis noites passadas à volta duma fogueira na companhia dos amigos e daquela lua que tanto o enfeitiçaria com a sua beleza.
Como tudo na vida, também esse tempo passara a vagas memórias, mas o efeito que sentira enquanto criança, esse mantém-se vivo.
A praia é o que sempre fora, a sua confidente, a sua inspiração, a sua verdadeira casa.
Monday, January 22, 2007
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2 comments:
adoro a praia... e a massagem aos pés que a areia dá!
"A praia é o que sempre fora, a sua confidente, a sua inspiração, a sua verdadeira casa." I can relate to this :)
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