Saturday, June 23, 2007

"Diálogo da morte"

Terra, mortos, uma poeira de mortos que se ergue em tempestades, e esta mão que me prende e sustenta e que tanta força tem... Como em ti, há em mim várias camadas de mortos não sei até que profundidade. Às vezes convoco-os, outras são eles, com a voz tão sumida que mal a distingo, que desatam a falar. Preciso da noite eterna: só num silêncio mais profundo ainda, conto ouvi-los a todos.
Raul Brandão 'Húmus'

1 comment:

Dhyana said...

É o tipo de diálogo que não quero ter com ninguém, só comigo mesma e quando já não houver alguém.
Beijos..